quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma História para Você. Parte.II


2º Parte: Fatos Importantes. Sei lá, você acha?

            Caminhando por mais um tempo em meio ao nada ele logo seria obrigado a mais uma parada, a menos se tive se a vontade de morrer no meio de seu caminho. Avistou uma pequena cidade da qual pensará ser uma miragem no primeiro momento, mas logo percebeu que estava salvo, mas que não poderia ficar por muito tempo, era importante passar apenas como uma pessoa sem importância, sem amizades, sem amores, sem se apegar a nada ou criar uma esperança de lar.
            Ao chegar ainda durante o dia percebeu ser uma cidade bem calma, parecia acolhedora, isso de principio o incomodou, mas apenas se transformaria em lar se assim permiti-se, era só manter suas metas firmes e nada aconteceria de mais.
            Caminhando percebeu uma senhora que estava sentada numa cadeira perto a porta de uma loja, ia passando quando de repente a senhora o chamou:
            -Ei você! Você vem da onde? Parece cansado, não quer descansar um pouco?
            Aquilo era tudo que ele precisava no momento, descansar:
            -Eu gostaria muito... Mas não possuo dinheiro nem nada de valor que possa oferecer em troca.
            -Não precisa, não pediria nunca algo de um viajante como você, estaria me aproveitando de um quase moribundo. Só sente-se aqui nessa cadeira ao meu lado, te trago algo para beber e para comer e depois conversamos, que tal?
            Com uma cara de estranhamento o homem logo aceitou com um sorriso amigável e um sinal de positivo com a cabeça, ela não parecia perigosa. A mulher lhe trouxe um copo de água e um prato de comida considerado básico, mas ótimo, Carne, arroz e uma alface inundados por um delicioso molho logo depois de terminar de comer e de beber a mulher lhe buscou mais um copo d’água e começaram a conversa:
            -Agora me diga homem, de onde você vem? Como veio parar nessa cidade tão distante de tudo?
            -Minha Senhora. Sou de bem longe daqui caminho há muito tempo e sem uma trilha exata, o destino me trouxe aqui, acho que foi o modo dele me salvar da morte não iria aguentar mais um dia de caminhada se não fosse salvo por você agora, muito obrigado, como posso lhe agradecer?
            -Relaxe meu bom homem não é necessário, sua atenção já vale muito para mim afinal sou considerada uma velha chata aqui, há muito tempo ninguém senta e conversa comigo muito raramente me tratam tão bem assim.
            O homem bebe a água e parece muito aliviado:
            -Água... Há muito tempo que não a bebo. Anda muito difícil de achá-la, a última vez que bebi água estava em casa e ouvia as lendas contadas por um senhor um velho amigo perto de um riacho aonde adorava ir bebê-la e me refrescar, há muito tempo isso mais até do que posso me lembrar...
            -Lendas? Quais lendas você escutava forasteiro? Adoro lendas, mas por aqui não temos muitas, nos chega tão poucas histórias para crianças e quase nenhuma lenda do nosso querido mundo desconhecido.
            O Homem surpreso por alguém não conhecer nenhuma das velhas lendas, da mais um gole e fala:
            -Bem são muitas e não posso me demorar aqui, mas irei contar uma em agradecimento a sua recepção a um estranho como eu. Certa vez me contaram sobre a lenda do fim do mundo, você a conhece?
            -Não, mas parece bem interessante, pode me contar?
            O homem logo após o último gole começa a história:
            “Há muito tempo com a criação de nosso mundo os deuses se viram pela primeira vez cansados pelo esforço causado para se obter toda a vida da terra e manter todo o seu equilíbrio, mas havia um problema. Muitas coisas precisavam ser escondidas dos humanos, e entre eles o fato que a terra não havia sido terminada, e eles não poderiam continuar exaustos como estavam. Dizem que foi intencionalmente que essa lenda foi espalhada com um leve empurrão dos próprios para que os humanos soubessem sobre a existência do fim do mundo onde eles guardaram todos os segredos proibidos aos humanos, não temos permissão de ir lá. O ato de chegar ao fim do mundo seria punido com o encontro com a própria mensageira da morte, cara a cara com o insolente. Para alguns isso é bobagem e o mundo não pode estar incompleto, não acreditam ser possível os Deuses não terem capacidade de algo ou muito menos que se cansem. Para outros é impossível se alcançar o fim do mundo, mas todos tem em comum o medo de pisar no território proibido pelos deuses.”
            Ao terminar percebeu que a senhora estava com uma cara de espanto, mas logo esse rosto se retorceu em um sorriso:
            -Incrível, ainda bem que me contou não? Não quero nem por acidente desobedecer aos deuses. Não devemos desobedecer eles, não acha?
            O homem da uma leve risada:
            -É uma lenda, pode ser inventada, nunca se sabe. Mas do jeito que vou, posso acabar desobedecendo algumas regras.
            -Você não teme a revolta dos deuses? Não teme chegar ao fim do mundo, e acabar se arrependendo amargamente por não ter a chance de voltar para casa?
            O homem se levanta, desce as pequenas escadas a frente e se virá para a velha para revelar suas últimas palavras que seriam guardadas por ela durante muito tempo naquele lugar:
            -Não importa se tenho medo de algo, o que importa e que nesse momento não tenho motivos para voltar pra casa se é que ainda possuo uma em algum lugar. E no fim, a ira dos Deuses não é a pior coisa que pode nos acontecer no mundo afinal temos consciência dessa ira caso quebremos alguma dessas regras propostas por ele. Nunca ouviu falar que os piores golpes são aqueles que vêm quando não esperamos? Esses realmente são os piores e os que mais doem na alma, aqueles que não sabemos nem quando chega, nem por qual motivo os sofremos.
            Com um sorriso de despedida ele da às costas e vai embora. A senhora o olhou vagar pela estrada a fora impressionada com essa breve visita daquele homem estranho e misterioso. Ficava imaginando se ele ficaria apenas vagando pelo mundo, se não se prenderia a nenhum lugar até a hora de morrer no caminho. Então ela parou riu e pensou:
            “Não, com certeza ele vai viver muita coisa, vai parar em alguns lugares e chegará ao fim do mundo se assim ele desejar, ele possui potencial não sei se devo ficar feliz por isso ou triste por seu destino.” 

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